A jornada existencial mais preciosa de uma vida que se transformou em A Casa Azul
Durante muito tempo, viver era resistir.
Era amanhecer com o peito apertado e ainda assim levantar.
Era olhar para os olhos do mundo sem garantias de retorno — mas com uma fé invisível de que, em algum lugar, a vida ainda pulsava.
Esse tempo foi chamado de sobrevivência sagrada.
Porque mesmo sem aplauso, sem certeza e muitas vezes sem colo,
a alma escolheu permanecer.
A Casa Azul nasceu ali —
não como um projeto, mas como um sopro de continuidade.
Um eco da própria alma dizendo: “Ainda não acabou. Você ainda está aqui.”
A travessia invisível
Não houve espetáculo, nem holofote.
Só o silêncio do quarto, o altar improvisado,
as palavras sussurradas ao escuro,
e a dor sendo transformada —
não em fuga, mas em cura consciente.
Cada texto escrito, cada lágrima acolhida,
cada decisão de não se abandonar,
foi pavimentando o chão de uma casa que ainda não existia fora —
mas já estava sendo construída por dentro.
E quando a alma começou a repousar…
quando o coração deixou de esperar aprovação para simplesmente pulsar,
algo mudou.
A consagração amorosa
A consagração não veio com promessas.
Ela veio com presença.
Com a sensação de que o amor não precisa mais ser provado.
Que a paz pode, sim, coexistir com o desejo.
E que a inteireza é o maior convite ao encontro.
A Casa Azul não é um lugar.
É o nome que se dá quando o ser retorna a si mesmo com reverência.
É o instante em que a dor sagrada dá lugar ao descanso amoroso.
Quando a alma não precisa mais gritar para ser vista.
Quando o corpo pode, enfim, pertencer.
Para quem está chegando agora…
Se você ainda está na sobrevivência, saiba:
há uma casa sendo preparada dentro de você.
Ela não precisa ser decorada.
Ela só precisa ser permitida.
E se você já sente o cheiro da consagração…
sente-se. Respire.
Você não está sozinho.
A Casa Azul não é apenas um livro.
É um portal de memória da sua alma —
onde o que parecia impossível,
se torna presença.